O setor de retalho português no terceiro trimestre de 2025 apresentou um desempenho estável, sustentado pelo forte crescimento económico interno e pela atividade de desenvolvimento focada em formatos out-of-town. Embora o ritmo de abertura de novas lojas tenha abrandado, o segmento do comércio de rua continua a ser crucial para a entrada de marcas, e os valores das rendas prime estão a sofrer pressão ascendente principalmente nas zonas mais centrais.
Contexto económico
A base do mercado de consumo português continua robusta. A economia deverá expandir-se 1,7% em 2025, com a expectativa de aceleração do crescimento nos anos seguintes. A estabilidade dos preços está a regressar, com a inflação a moderar-se, estabilizando em 2,4% em 2025 e em 2,0% em 2026-2027. O fator mais encorajador para os retalhistas é o aperto do mercado de trabalho: a taxa de desemprego deverá cair de 6,1% em 2025 para 5,7% em 2026, atingindo o seu nível mais baixo desde 2001. A procura interna continua a ser um motor económico fundamental, proporcionando um apoio contínuo às despesas de consumo.
Prevê-se que a economia portuguesa cresça 1,7% em 2025, com uma aceleração moderada nos anos seguintes, apoiada por uma procura interna resiliente e pela melhoria das exportações. A inflação deverá moderar gradualmente, situando-se nos 2,4% em 2025, antes de se estabilizar nos 2,0% em 2026 e 2027. A taxa de desemprego deverá continuar a sua trajetória descendente, com uma previsão de quebrada para 6,1% em 2025 e 5,7% em 2026, atingindo o seu nível mais baixo desde 2001.
Dinâmica da procura
A procura no retalho, medida pelo número de aberturas de novas lojas, registou um ligeiro abrandamento. O terceiro trimestre de 2025 registou 180 novas aberturas, elevando o total de nove meses para 580, uma contração de 11% em relação ao ano anterior.
- Domínio do comércio de rua: O retalho no comércio de rua continuou a atrair a maioria das novas aberturasrepresentando 69% das mesmas, seguido pelos centros comerciais, com 17%.
- F&B lidera a atividade: O setor de restauração (F&B) foi o maior impulsionador da atividade, responsável por quase metade (46%) de todas as novas aberturas
As principais ocupações incluíram várias unidades independentes de grande formato garantidas por retalhistas de produtos alimentares, como o Pingo Doce e o Continente Bom Dia.
Tendências de rendas
O ambiente competitivo por espaços de retalho prime está a traduzir-se num aumento das rendas. As rendas prime registaram um aumento de 5,0 €/m²/mês na principal rua de luxo de Lisboa, a Avenida da Liberdade. Embora as rendas noutros formatos de retalho se tenham mantido estáveis neste trimestre, prevê-se que aumentem a curto prazo.
Os valores atuais de rendas prime são os seguintes:
- Lisboa-Chiado: 140 €/m²/mês
- Lisboa-Av. Liberdade: 120 €/m²/mês
- Centros comerciais: 120 €/m²/mês
- Porto-Baixa: 85 €/m²/mês
- Parques comerciais: 13 €/m²/mês
Construção e oferta futura
O pipeline de desenvolvimento está focado predominantemente no fornecimento de espaços maiores e mais acessíveis fora da cidade. O pipeline de retalho totaliza 187 300 m² de ABL, com uma enorme inclinação de 86% para parques comerciais.
Atualmente, 77.300 m² estão em construção, com vários projetos importantes:
- Retail Park Póvoa de Varzim (21 000 m²)
- Azores Retail Park (18 000 m²)
- City Center Covilhã (18 000 m²)
O pipeline demonstra uma distribuição saudável por todas as principais regiões, com desenvolvimentos significativos previstos para a Área Metropolitana de Lisboa e também para as regiões do sul.