O profundo impacto da pandemia da doença COVID-19 – nomeadamente nas exportações (-15,5%), especialmente a componente de serviços (-36,3%) devido ao decréscimo do turismo; e no consumo privado (-7,4%), dado a quebra no comércio não alimentar – potenciam uma contração da economia em 2020, estimada em 8,6% pela Oxford Economics.
Segundo esta mesma entidade, o investimento registará uma quebra menos significativa, de 6,0%, influenciado pela resiliência do setor da construção, que manteve da sua atividade ao longo da crise.
ESCRITÓRIOS
A suspensão generalizada dos processos de tomada de decisão gerada pela atual conjuntura teve uma maior expressividade na atividade do mercado de escritórios ao longo do segundo trimestre. Na Grande Lisboa, o volume de ocupação no primeiro semestre registou uma quebra homóloga de 23%, a qual foi ainda assim atenuada pela conclusão de algumas transações de grande dimensão que tiveram o seu início no período pré-COVID-19.
RETALHO
O volume de vendas a retalho publicado pelo INE evidencia os efeitos da pandemia COVID-19 neste setor, tendo registado nos primeiros cinco meses do ano uma quebra homóloga de 4,5%. Para tal contribuiu uma redução acentuada nos meses de abril (-19,4%) e maio (-12,0%), a qual foi mais expressiva no comércio não alimentar, com uma quebra acumulada de 12,6%, ainda assim compensada pelo aumento de 3,6% no comércio alimentar.
INDUSTRIAL E LOGÍSTICA
A atual pandemia abrandou a atividade comercial da economia portuguesa e, de acordo com o INE, entre janeiro e maio as exportações e importações de bens registaram uma quebra homóloga de 18,3% e 19,1% respetivamente. Contudo, as previsões da Oxford Economics apontam para um atenuar desta retração nos restantes meses do ano, com 2020 a atingir crescimentos negativos de 5,8% nas exportações e de 8,0% nas importações.
INVESTIMENTO
Apesar do impacto negativo da atual conjuntura na atividade de investimento imobiliário, o primeiro semestre de 2020 registou um novo máximo histórico semestral – entre janeiro e junho foram transacionados €1.670 milhões em imobiliário comercial (um crescimento homólogo de 50% face a 2019) distribuídos por 27 operações. Para este resultado contribuiu particularmente a venda de 50% da joint-venture Sierra Prime pela Sonae Sierra e APG à Allianz Real Estate e Elo, por cerca de €800 milhões2, e que desta forma compensou a quebra de 88% registada no segundo trimestre face ao ano anterior, para os €87,5 milhões.